sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

7/11 – Pamplona a Puente de La Reina

Tomei café no albergue, com as coisas que eu havia comprado. Fui disposta a conhecer a catedral, mas ela estava fechada. No início do caminho, onde passamos por dentro do centro histórico, encontrei Kim e Lee. Fiz questão de conhecer a Ciudadela, pra não passar em branco o passeio em Pamplona. Quando estávamos nos dirigindo para entrar neste monumento, vários espanhóis ficavam acenando para nós, indicando que estávamos no caminho errado. Eu gritava: gracias, quiero conocer la Ciudadela! É muito bacana ver várias pessoas dispostas a ajudar os peregrinos. Já parou pra pensar como deve ser morar em uma cidade que recebe peregrinos o ano todo?

Catedral de Pamplona

Catedral de Pamplona

Praça no Centro Histórico de Pamplona



Ayuntamento (Prefeitura) de Pamplona

Kim e Lee


Chegando próximo à Ciudadela
Perguntamos pra um senhor por onde era a entrada e ele quis ficar conversando. Falou várias coisas, perguntou o motivo de realizarmos o caminho... Muito simpático! Uma das coisas que ele falou me marcou: o segredo da felicidade é ser bom e útil. Depois eu ficava pensando naquilo e só me lembrava da palavra “útil”, e ficava pensando, qual é a outra palavra mesmo? E por um momento achei que era “simples”. Pronto, vamos juntar tudo então. O segredo da felicidade é ser bom, simples e útil. Gostei.
Ele ficou um bom tempo falando, mas Kim e Lee não entendiam, pois ele falava espanhol, acho que já estavam de saco cheio. Nos despedimos, Kim e Lee seguiram o caminho, e eu entrei no monumento. A construção foi um forte militar e hoje é usada como área verde de lazer. É bem bonito, e bem grande.

Ciudadela

Ciudadela

Ciudadela

Dentro da Ciudadela

Dentro da Ciudadela

Saindo da Ciudadela

A primeira cidade depois de Pamplona é Cizur Menor. Fiquei encantada, certamente moraria ali, pois é tranqüila, bonita, bem pavimentada, tem clima de cidade pequena e é pertinho de uma cidade grande (4 km).

E segue o caminho...






Cizur Menor

Cizur Menor

Cizur Menor

Cizur Menor

Cizur Menor

Cizur Menor

Hoje foi o primeiro sábado no Caminho, então vi muitas pessoas tendo seus momentos de lazer, como por exemplo grupos pedalando e pessoas usando a trilha do Caminho de Santiago para fazer uma caminhada. Em um destes trechos, avistei um banquinho e fiz questão de sentar, pois meu pé doía muito. Tirar o sapato foi como estar no céu. Massageei os pés, deitei... A verdade é que a massagem é muito mais prazerosa quando você está com dor, né? Depois de alguns dias no Caminho, quando seu pé já não dói tanto, perde até a graça tirar o sapato, e você nem sente mais essa necessidade.

Ciclistas




Caminhada de sábado





Estou no céu...


Depois de Zariquiegui, você começa a subir o Alto do Perdão, e avista vários aerogeradores (energia eólica). No Alto do Perdão há um conjunto escultórico muito bonito feito em chapas de ferro, representando os peregrinos de diferentes épocas. Lá em cima havia também alguns espanhóis fazendo passeio de fim de semana. Fiquei ali admirando aquele dia e visual lindos, tomando um solzinho... Um pouco depois chegaram Jappie, Bram e Charlotte. Diz-se que ao chegar ali no topo, você está perdoado de seus pecados. Será? Eu sinceramente acho que comecei a pagar meus pecados na descida do Alto do Perdão, pois tinha tanta pedra... Dificultou bastante! Ali comecei a ver algumas intenções comerciais no Caminho: cobriram um totem com pedras e colocaram placas pra fazer um pequeno desvio na rota, com a intenção de que você consuma em algum estabelecimento. Isso acontece em alguns pontos do Caminho, você vê algumas placas querendo te puxar pra um lado. Normal, assim como em qualquer lugar turístico.




Aerogeradores

Subindo o Alto do Perdão

Alto do Perdão

Alto do Perdão

Brasil é logo ali!

Descendo o Alto do Perdão

Tinha uma pedra no meio do caminho... Não, pera... Uma?

Peregrina
Aerogeradores

A devoção por Nossa Senhora está por todo o Caminho.

Em Uterga, paramos pra comer e Jean se juntou a nós. A moradora da casa em frente nos trouxe várias maçãs (que fofura!). Várias pessoas se sentem muito bem fazendo um agrado aos peregrinos. E nós amamos, nos sentimos acolhidos!
Uma peregrina suíça que conheci no segundo dia de caminhada se juntou a nós, e seguimos. No caminho, havia 2 caras meio birutas e um cachorro acampados, paramos um pouco pra conversar. O pessoal quis ficar ali com eles fumando, eu e Bram seguimos. Passamos por Muruzábal e Óbanos antes de chegar em Puente de la Reina, onde ficamos no Refúgio de Los Padres Reparadores. Fui no mercado, queria cozinhar algo mais elaborado, mais desisti. O tempo foi curto, não deu tempo de comer e fui pra missa com fome. Fiquei pensando se ia chorar novamente, mas desta vez, não aconteceu, hehe! Encontrei poucos peregrinos na igreja, e na saída eles quiseram carimbar a credencial, eu havia esquecido a minha.

Comendo maçãs fornecidas pela moradora.

Acampamento de final de semana.

Estou na direção certa...






Quando voltei ao albergue, a turma dutch (Jappie, Bram e Charlotte) estava tomando uma sopa de legumes, e me ofereceram. Mais cedo eu havia falado que ia fazer caldo verde, mas não consegui couve, acho que eles gostaram da idéia de tomar uma sopinha naquele dia e compraram aquela seleção de legumes que vende no mercado. Comi com eles e dispus meu pão. Quis rachar o valor, mas eles não aceitaram. Eu falei: ok, então eu lavo a louça. O Bram respondeu: então eu seco, pois foram Jappie e Charlotte que fizeram a sopa. Na cozinha estava um furdunço desenfreado de uma turma muito animada de espanhóis da melhor idade, que certamente estava aproveitando o final de semana pra fazer um pequeno trecho do Caminho. Terminado o furdunço, eles dispuseram em uma mesa enorme seus pães, omeletes e alface, e sentaram-se. Pelo que pude constatar, os espanhóis gostam muito de omelete. Morri de rir com a Mariana, ela comentou: caramba, eles fizeram esse fuzuê todo pra fazer pão com ovo? Eu respondi: Mariana, não desmereça esta iguaria espanhola, não é pão com ovo. É bocadillo de tortilla!

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