domingo, 13 de novembro de 2016

08/12 – Passeio em Santiago de Compostela

            A recepcionista da Casa do Peregrino havia me dado um aquecedor portátil, pois a calefação do quarto não estava ok. O equipamento era potente, pois suei a noite toda. Acordei cedo pra pegar a roupa na lavanderia que havia ficado presa no dia anterior, mas ela ainda estava fechada e não tinha ninguém na recepção. Teve jeito não, tive que lavar e secar um calcinha e vestir roupa suja mesmo.
            Era dia de Imaculada Conceição e a cidade estava bem cheia. Achei que entrei cedo o suficiente na catedral, mas já estava lotada e foi muita sorte conseguir um lugar para sentar. A missa foi especial, com procissão e botafumeiro. Dessa vez fiquei na lateral, e vi todo o percurso do balançar do botafumeiro. Se você fica de frente pro altar, não vê tudo. É um cheiro ótimo e é emocionante, assim como toda a missa. Vi as crianças peregrinas sentadas no chão lá na frente, uma fofura!

Catedral


Paço de Raxoi, sede do governo galego.

Botafumeiro

Botafumeiro

Lindo!

Maquete: ah tah, pelo visto sacudir o tapete pela janela é uma tradição...

            Como a Casa do Peregrino estaria fechada para a próxima noite, fiz check-in na Hospedería San Martin Pinario, por indicação do Vicente, e dividi um quarto com Giovanna. O local foi um mosteiro no passado e é incrível de lindo.
            Combinei com Manu, Kim e Lee de almoçarmos juntos, e fomos para a Casa Manolo. Outros peregrinos almoçaram conosco e foi muito agradável e divertido. Vicente, Xeli e Giovanna estavam por lá também. Bruno havia chegado em Santiago naquele dia e me perguntou por Whatsapp onde poderia almoçar, visto que estava cheio de fome. Indiquei o local onde estava, e quando levantei para ir embora e pagar, o vi sentado comendo. Nos abraçamos, e eu lhe dei parabéns por ter completado esta maravilhosa jornada!
            Quando estava pagando, carimbei minha credencial e o senhor que estava no caixa comentou que conhecia as pessoas da AACS-Brasil. Foi aí que me dei conta: é verdade, é este restaurante que o pessoal da Associação recomenda! Que coincidência, comi aqui 2 vezes e nem foi proposital! Perguntei: você que é o Manolo? Ele me disse: não é o meu nome, mas é como o pessoal da Associação me chama! Hahaha, muito bacana!
            Saímos do restaurante e encontramos peregrinos conhecidos. Manu havia falado que iria comprar uma vieira pra ela, visto que não tinha e nem ganhou durante todo o Caminho. Tratei rapidamente de comprar uma pra presenteá-la, afinal é tradição, né? A vieira deve ser um presente. Ela ficou muito feliz! Comprei algumas também para novos peregrinos da Associação.
Despedi-me desses amigos. É muito estranho, você pensa: nunca mais vou ver essas pessoas?

Almoço agradável.

Despedida!

Presente pra Manu!

Fiz compras sem pensar muito na conversão de moedas, afinal eu havia economizado bastante durante o Caminho. Fui no Parque da Alameda, indicado por Diógenes e de lá vi um pôr-do-sol alaranjado. Fui no museu da catedral e amei, achei muito interessante. Por fim senti aquela ansiedade de turista e percebi que prefiro ser peregrina que turista. Turista quer comprar e bater meta de passeio e visitação. Peregrino só quer viver o momento. Hehehe, claro que isso não é uma regra, estou generalizando, e generalizações não são legais. Mas vale a reflexão.




Chegando no Parque Alameda.





Final da visita ao Museu da Catedral.



Praça do Obradoiro



Eu, Bruno e Diógenes marcamos de fazer uma refeição juntos, mas rolou desencontro. Fui umas 2 vezes na Praça do Obradoiro encontrá-los, mas nada. Por fim jantei sozinha na hospedaria, e havia um grupo de brasileiros turistas na mesa ao lado. Quando conversamos e contei a eles que era peregrina, eles ficaram curiosos. Uma senhora perguntou sobre o percurso do Monte do Gozo até Santiago, e um amigo perguntou rindo se ela iria fazer. Ela disse com firmeza: eu vou!