A recepcionista da Casa do
Peregrino havia me dado um aquecedor portátil, pois a calefação do quarto não
estava ok. O equipamento era potente, pois suei a noite toda. Acordei cedo pra pegar a roupa na lavanderia que havia
ficado presa no dia anterior, mas ela ainda estava fechada e não tinha ninguém
na recepção. Teve jeito não, tive que lavar e secar um calcinha e vestir roupa
suja mesmo.
Era dia de
Imaculada Conceição e a cidade estava bem cheia. Achei que entrei cedo o
suficiente na catedral, mas já estava lotada e foi muita sorte conseguir um
lugar para sentar. A missa foi especial, com procissão e botafumeiro. Dessa vez
fiquei na lateral, e vi todo o percurso do balançar do botafumeiro. Se você
fica de frente pro altar, não vê tudo. É um cheiro ótimo e é emocionante, assim
como toda a missa. Vi as crianças peregrinas sentadas no chão lá na frente, uma
fofura!
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Catedral |
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Paço de Raxoi, sede do governo galego. |
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Botafumeiro |
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Botafumeiro |
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Lindo! |
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Maquete: ah tah, pelo visto sacudir o tapete pela janela é uma tradição... |
Como a Casa
do Peregrino estaria fechada para a próxima noite, fiz check-in na Hospedería
San Martin Pinario, por indicação do Vicente, e dividi um quarto com Giovanna.
O local foi um mosteiro no passado e é incrível de lindo.
Combinei
com Manu, Kim e Lee de almoçarmos juntos, e fomos para a Casa Manolo. Outros
peregrinos almoçaram conosco e foi muito agradável e divertido. Vicente, Xeli e
Giovanna estavam por lá também. Bruno havia chegado em Santiago naquele dia e
me perguntou por Whatsapp onde poderia almoçar, visto que estava cheio de fome.
Indiquei o local onde estava, e quando levantei para ir embora e pagar, o vi
sentado comendo. Nos abraçamos, e eu lhe dei parabéns por ter completado esta
maravilhosa jornada!
Quando
estava pagando, carimbei minha credencial e o senhor que estava no caixa comentou
que conhecia as pessoas da AACS-Brasil. Foi aí que me dei conta: é verdade, é
este restaurante que o pessoal da Associação recomenda! Que coincidência, comi
aqui 2 vezes e nem foi proposital! Perguntei: você que é o Manolo? Ele me
disse: não é o meu nome, mas é como o pessoal da Associação me chama! Hahaha,
muito bacana!
Saímos do
restaurante e encontramos peregrinos conhecidos. Manu havia falado que iria
comprar uma vieira pra ela, visto que não tinha e nem ganhou durante todo o
Caminho. Tratei rapidamente de comprar uma pra presenteá-la, afinal é tradição,
né? A vieira deve ser um presente. Ela ficou muito feliz! Comprei algumas
também para novos peregrinos da Associação.
Despedi-me desses amigos. É muito
estranho, você pensa: nunca mais vou ver essas pessoas?
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Almoço agradável. |
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Despedida! |
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Presente pra Manu! |
Fiz compras sem pensar muito na
conversão de moedas, afinal eu havia economizado bastante durante o Caminho. Fui
no Parque da Alameda, indicado por Diógenes e de lá vi um pôr-do-sol
alaranjado. Fui no museu da catedral e amei, achei muito interessante. Por fim
senti aquela ansiedade de turista e percebi que prefiro ser peregrina que
turista. Turista quer comprar e bater meta de passeio e visitação. Peregrino só
quer viver o momento. Hehehe, claro que isso não é uma regra, estou
generalizando, e generalizações não são legais. Mas vale a reflexão.
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Chegando no Parque Alameda. |
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Final da visita ao Museu da Catedral. |
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Praça do Obradoiro |
Eu, Bruno e Diógenes marcamos de fazer uma refeição juntos, mas rolou desencontro. Fui umas 2 vezes na Praça do Obradoiro encontrá-los, mas nada. Por fim jantei sozinha na
hospedaria, e havia um grupo de brasileiros turistas na mesa ao lado. Quando
conversamos e contei a eles que era peregrina, eles ficaram curiosos. Uma
senhora perguntou sobre o percurso do Monte do Gozo até Santiago, e um amigo
perguntou rindo se ela iria fazer. Ela disse com firmeza: eu vou!