domingo, 17 de julho de 2016

26/11 – San Martín Del Camino a Astorga

            O clima deste dia foi perfeito também. Foi um dia de visuais incríveis, mas tive problemas com o cartão de memória e com a bateria da câmera, então não tirei muitas fotos.
            Andei lentamente e esqueci um pouco a dor do pé. Em um certo momento, um senhor italiano, também peregrino, se aproximou e puxou assunto. Aproveitei o ritmo veloz dele e acompanhei um pouco, mas depois cansei e fiquei pra trás. Ele disse que ia preparar uma pasta tipicamente italiana à noite, e ia ratear com vários peregrinos, e que eu estava convidada. Comentou que não agüentava mais comer massas cozidas demais, hahaha.






            Passei por Puente y Hospital de Órbigo, Villares de Órbigo, Santinánez de Valdeiglesias e San Justo de La Veja. Eu um momento, depois de uma subida puxadinha, no meio do nada, avista-se uma barraca ao fundo. Vou me aproximando e vejo também uma rede, um espaço gostoso e bem simples pra ficar sentada ou deitada... Quando chego mais próximo, e vejo que a barraca tem vários sucos e coisas gostosas, um homem fala: isso não está à venda, é pra você pegar o que quiser, ok? Nem dá pra acreditar. Caiu muito bem. Comi e bebi algumas coisinhas e descansei. Observei que tinha uma caixinha bem no cantinho, pra deixar donativos, e assim o fiz. O nome do rapaz é David, ele perguntou de onde eu era e falou algumas coisas em português. Ele mora ali, no meio do nada, num espaço super simples, e oferece coisas aos peregrinos. Muito desprendimento, né? Isso me comove. Em um momento ele pegou uma tigela com arroz, colocou pimenta, começou a comer e perguntou se eu queria. Despedi-me e carimbei minha credencial: um coração com o nome “La Casa de Los Dioses”.


Holandês altão sorridente.



















La Casa de Los Dioses - barraquinha e moradia de David.

            No meio da caminhada fui no mercado e me empolguei um pouquinho. Tive que pendurar o saco de dormir fora da mochila, pois como ela ficou muito cheia, seu topo ficava batendo na minha cabeça, e isso me incomodava.





Peregrino sedento.

Como andei lentamente, cheguei tarde em Astorga, e bem cansada. Uma bolha que tentou sair nos primeiros dias do Caminho recuperou sua vida. Ia fazer arroz (pronto, de potinho) e feijão (enlatado), pois estava batendo uma saudade dessa combinação brasileira, mas como o italiano tinha convidado para a janta (encontrei-o novamente em Astorga), deixei pra outra ocasião.
Não consegui entrar no Palácio Episcopal, mais uma obra de Gaudí, pois o horário de inverno era até 18:00. Uma pena. A cidade tem muitos atrativos, cogitei de passar 1 dia, mas preferi seguir.
No albergue, o holandês altão sorridente me apontou a Ingrid (brasileira), e eu falei: já conheço, hahaha! Comentei com ela a bênção que estava sendo aquele tempo bom por vários dias.

Milharal - chegando em Astorga.


Albergue Municipal





Palácio Episcopal




Palácio Episcopal e Catedral
Catedral










O jantar foi super agradável e delicioso, e conheci alguns peregrinos que eu ainda não conhecia. Eu e outro peregrino ajudamos um pouco o italiano no preparo. Comi bastante massa, salada, bebi vinho e ainda tivemos biscoitos amanteigados de sobremesa. Tudo isso por um valor pífio, se não me engano deu menos de 3 euros pra cada um.




Jantar Italiano

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