domingo, 3 de julho de 2016

24/11 – Mansilla de Las Mulas a León

            Acordamos e a mesa do café estava lindamente posta. É muita generosidade, viu? A hospitaleira ficou conversando conosco à noite e colocou a mesa depois que fomos dormir. O café da manhã era por donativo. Achei inteligente da parte dela, pois dificilmente alguém recusa o café e não dá nada por ele. Quando é oferecido por um preço, algumas pessoas preferem não comprar e tomam o seu próprio café.
O dia foi sem sol, mas pela manhã as nuvens e uma ameaça de sol fizeram um espetáculo no céu. Senti MUITA dor no dedo, como se tivesse uma pedra pontiaguda no meu sapato, meu espetando profundamente. Foi também um dia que a caminhada foi com uma certa ansiedade, pois eu tentaria fazer o saque emergencial do dinheiro.

Amanhecendo - Albergue Gaia e Ermita de la Virgen de Gracia.

Espetáculo no céu!

Lilás e azul no céu.










Tive mais um daqueles momentos em que desconfiei de supostos peregrinos nunca vistos antes, e dei uma corridinha básica pra garantir, hahaha! Passei por Villamoros de Mansilla, Puente de Villarente e Arcahueja antes de chegar em León.











No site da MoneyGram, León tinha vários pontos pagadores, pois é uma cidade grande. Entrei no primeiro, expliquei a situação e cruzei os dedos, prendendo a respiração. A loja era administrada por 3 ou 4 africanos. Um deles fez uma ligação e entrou num sistema no computador. Durou alguns minutos. Quando ele pegou o dinheiro, quase chorei. Vixi, respirei aliviada. Não acreditoooo! Estou RYCAH! Salve a África! Eu boto fé na negritude! Ufa! Fiquei tão feliz que comprei um chocolate na lojinha.

Chegando em León.




Bruno havia perguntado se eu queria alugar um apartamento com ele e os outros peregrinos. Mas eles ficariam 2 noites, então eu preferi ficar em albergue mesmo. Perguntei na rua pelo Albergue San Francisco de Asis, que Giovanna e Xeli indicaram. Falaram que era melhor que o municipal. Achei, ajudada por uma espanhola, e ele estava em obras num pequeno trecho. Fiquei sozinha no quarto, que tinha 2 beliches e armários. Estranhei os armários. Tomei banho, e a ducha estava com defeito. Eu tinha direito a lavar e secar roupa, sem pagar nada a mais por isso, e assim o fiz. Vi muitos jovens, adolescentes, que não pareciam peregrinos. Demorei a entender que aquele local se tratava de uma residência de estudantes. Muito desligada, né... Por fim, acho que fui a única peregrina a me hospedar naquele albergue, naquela noite, pois não vi ninguém. Estranhei ficar num quarto com 2 beliches sozinha. Onde estavam Giovanna e Xeli, que o haviam indicado?
Reencontrei o peregrino americano Hiram (este não é o nome dele, mas é como está no Facebook), que não via há dias. Ele disse que desistiu da peregrinação, pois seus joelhos estavam inchados, e agora estava só passeando. Pegava um ônibus pra uma cidade, passeava por alguns dias, e depois pegava ônibus para outra cidade. Disse que ia fazer compras, pois amava. Ele é muito engraçado... Disse que se amarrava na sonoridade do meu nome, pediu pra eu repetir algumas vezes enquanto gravava o áudio no celular. Figura...
Fui na farmácia ostentar. Brincadeira, comprei só o básico, que precisava. Apreciei a Casa Botines, obra do arquiteto tetéio Antonio Gaudí, de quem sou fã. Entrei na catedral da cidade. Linda, mas o meu coração pulsou mais forte pela de Burgos, teve jeito não.

Casa Botines, de Antonio Gaudí.



Gaudí e sua obra.

Gaudí tetéio!








Catedral





Amo rosáceas!













O nascimento de um bebê: um momento apenas entre mulheres, antigamente. Obra renascentista dentro de arquitetura gótica!








Roubei essa foto do grupo do whatsapp de peregrinos!

Por conta da dor no dedo, tentei ir no médico, mas não deu muito certo no hospital a questão do meu seguro. Enfim, fiquei confusa e desisti. Jantei no albergue: 6 euros por pizza, sopa e salada, tem noção? Ser estudante é bom demais, hahaha!

Lindinho pediu uma foto minha, mandei essa!


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