Acordamos e
a mesa do café estava lindamente posta. É muita generosidade, viu? A
hospitaleira ficou conversando conosco à noite e colocou a mesa depois que
fomos dormir. O café da manhã era por donativo. Achei inteligente da parte
dela, pois dificilmente alguém recusa o café e não dá nada por ele. Quando é
oferecido por um preço, algumas pessoas preferem não comprar e tomam o seu
próprio café.
O dia foi sem sol, mas pela manhã
as nuvens e uma ameaça de sol fizeram um espetáculo no céu. Senti MUITA dor
no dedo, como se tivesse uma pedra pontiaguda no meu sapato, meu espetando
profundamente. Foi também um dia que a caminhada foi com uma certa ansiedade,
pois eu tentaria fazer o saque emergencial do dinheiro.
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Amanhecendo - Albergue Gaia e Ermita de la Virgen de Gracia. |
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Espetáculo no céu! |
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Lilás e azul no céu. |
Tive mais um daqueles momentos em
que desconfiei de supostos peregrinos nunca vistos antes, e dei uma corridinha
básica pra garantir, hahaha! Passei por Villamoros de Mansilla, Puente de Villarente e Arcahueja antes de chegar em León.
No site da MoneyGram, León tinha
vários pontos pagadores, pois é uma cidade grande. Entrei no primeiro,
expliquei a situação e cruzei os dedos, prendendo a respiração. A loja era
administrada por 3 ou 4 africanos. Um deles fez uma ligação e entrou num
sistema no computador. Durou alguns minutos. Quando ele pegou o dinheiro, quase
chorei. Vixi, respirei aliviada. Não acreditoooo! Estou RYCAH! Salve a África!
Eu boto fé na negritude! Ufa! Fiquei tão feliz que comprei um chocolate na
lojinha.
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Chegando em León. |
Bruno havia perguntado se eu
queria alugar um apartamento com ele e os outros peregrinos. Mas eles ficariam
2 noites, então eu preferi ficar em albergue mesmo. Perguntei na rua pelo
Albergue San Francisco de Asis, que Giovanna e Xeli indicaram. Falaram que era
melhor que o municipal. Achei, ajudada por uma espanhola, e ele estava em obras
num pequeno trecho. Fiquei sozinha no quarto, que tinha 2 beliches e armários.
Estranhei os armários. Tomei banho, e a ducha estava com defeito. Eu tinha
direito a lavar e secar roupa, sem pagar nada a mais por isso, e assim o fiz.
Vi muitos jovens, adolescentes, que não pareciam peregrinos. Demorei a entender
que aquele local se tratava de uma residência de estudantes. Muito desligada,
né... Por fim, acho que fui a única peregrina a me hospedar naquele albergue,
naquela noite, pois não vi ninguém. Estranhei ficar num quarto com 2 beliches
sozinha. Onde estavam Giovanna e Xeli, que o haviam indicado?
Reencontrei o peregrino americano
Hiram (este não é o nome dele, mas é como está no Facebook), que não via há
dias. Ele disse que desistiu da peregrinação, pois seus joelhos estavam
inchados, e agora estava só passeando. Pegava um ônibus pra uma cidade,
passeava por alguns dias, e depois pegava ônibus para outra cidade. Disse que
ia fazer compras, pois amava. Ele é muito engraçado... Disse que se amarrava na
sonoridade do meu nome, pediu pra eu repetir algumas vezes enquanto gravava o
áudio no celular. Figura...
Fui na farmácia ostentar.
Brincadeira, comprei só o básico, que precisava. Apreciei a Casa Botines, obra
do arquiteto tetéio Antonio Gaudí, de quem sou fã. Entrei na catedral da
cidade. Linda, mas o meu coração pulsou mais forte pela de Burgos, teve jeito
não.
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Casa Botines, de Antonio Gaudí. |
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Gaudí e sua obra. |
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Gaudí tetéio! |
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Catedral |
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Amo rosáceas! |
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O nascimento de um bebê: um momento apenas entre mulheres, antigamente. Obra renascentista dentro de arquitetura gótica! |
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Roubei essa foto do grupo do whatsapp de peregrinos! |
Por conta da dor no dedo, tentei
ir no médico, mas não deu muito certo no hospital a questão do meu seguro.
Enfim, fiquei confusa e desisti. Jantei no albergue: 6 euros por pizza, sopa e
salada, tem noção? Ser estudante é bom demais, hahaha!
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Lindinho pediu uma foto minha, mandei essa! |
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