sábado, 9 de julho de 2016

25/11 – León a San Martín Del Camino

            Improvisei uma tala pro meu dedo, com as hastes de cotonetes. Eu tentei comprar tala na farmácia no dia anterior, orientada por uma peregrina da associação que já estava no Brasil e com quem eu me comuniquei pelo Whatsapp. Mas não consegui. Antes, eu estava empanturrando de vaselina o local do dedo onde eu inicialmente tinha a sensação de pedrinha espetando, mas que já estava com sensação de osso rasgando a pele. Mas quando o excesso de vaselina saía, voltava a doer, e por isso improvisei a tala. Enrolei as hastes junto aos meus dedos com esparadrapo. De início eu achei que estava ótimo, mas foi só andar mais alguns metros ainda dentro de León pras hastes começarem a me cutucar. Desisti. Parei num ponto de ônibus, arranquei tudo e empaturrei de vaselina novamente.
Muralhas medievais também em León!









Peregrino descansando...



Esse relógio é um charme...




O frio deu uma trégua e pra mim isso era sensacional, além do solzinho, claro! Às 10:30, fazia um “calorão” de 18 graus! Imagina ao meio dia? Uhul! Apesar disso, o vento quase me derrubou.
Passei por várias cidades: Trobajo Del Camino, La Virgen Del Camino, Valverde de La Virgen, San Miguel Del Camino... Nesta última, vi uma caixa em cima de um banco com algumas frutas. Já sabia que poderia pegar. Estava escrito “Agapito”, e eu já tinha lido no livro do Daniel Agrela sobre ele. Ele oferece comida de graça aos peregrinos há anos. Já estava na xepa, porque meu passo estava bem lento, em função do meu pé. Peguei uma maçã amarela. Quando eu já estava alguns passos mais à frente, ouvi ele gritando “olá”, olhei pra trás e acenei.

















Ninhos.


Passei por Villadangos Del Páramo antes de chegar em San Martín. Dependendo da posição que eu pisasse com o pé, eu urrava de dor, ia na Lua e voltava, como se tivesse tomando um choque, além da sensação de osso pontiagudo rasgando a pele (eu sei, já falei isso, mas é pra reforçar como doía). Portanto, passei a pisar jogando o peso pra parte interna no pé, e é claro que isso me trouxe dores em outros locais e muito cansaço.



Joaninha.










Cheguei no Albergue Vieira doida pra descansar. Fui a primeira, acho que a maioria dos peregrinos foi pra Hospital de Órbigo, ou pra outro albergue mais pra dentro da cidade, pois este era bem no começo. Duas meninas simpáticas eram as hospitaleiras. Perguntei pelo mercado e hospital, elas disseram que tinha que andar um bocado, eu falei: esquece. Um pouco depois chegou um peregrino holandês de meia idade e altão, todo sorridente. Ele foi tirar uma soneca e começou a roncar muito alto. Pensei: a noite promete, socorro! Um pouco depois chegaram 2 peregrinos italianos e um deles era arquiteto e já tinha namorado uma brasileira.
Não agüentei esperar pela janta, comi uma mini pizza antes. Os italianos ficaram de olho e pediram também. Este albergue tinha cadeira de massagem, gratuita. Essa foi a única vez que recebi massagem no caminho. Lembra que inicialmente eu tentava, mas não conseguia? Pois então, saí da Espanha sem receber massagem nenhuma, hahaha! O holandês estava encantado com o albergue, disse que aquele espaço aprazível, aquela música maravilhosa e aquela cadeira de massagem eram diferenciais. Mas o meu coração ainda estava encantado pelo Albergue Gaia.
O jantar foi servido. Nós compramos sem saber o que era. Tinha uma pegada super saudável e natural. Agora não lembro ao certo, mas tinha uma sopa e depois uma carne com algo. Os peregrinos italianos contaram que começaram o caminho em León, e um deles comentou que queria fazer algum trecho a cavalo.

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