domingo, 3 de abril de 2016

16/11 – Burgos a Hornillos Del Camino

            Quando saímos do albergue, fomos desayunar num café, ainda ali em Burgos: Jappie, Bram, Jean e eu. Basicamente sempre o idioma falado era o inglês, mas às vezes (raramente) Bram e Jappie conversavam usando seus idiomas, que são muito parecidos (Holanda e Bélgica). Isso aconteceu no café, e então Jean (francês) virou pra mim e falou: você entende algo do que eles falam? Eu disse: não. Ele: pois é, pra mim é só aehaihmnfhfvnvfn... Todos rimos. Aí eu, de brincadeira, falei em português: por exemplo, se eu falar assim vocês não entendem nada... Logo um casal, que estava na mesa atrás, respondeu: ah, mas nós estamos entendendo tudo! Hahahahahah! Era um casal de brasileiros que estava passeando pela Espanha, mas já haviam sido peregrinos alguns anos antes. Obviamente voltaram pra Burgos porque aquela catedral é um escândalo à parte. Eram muitos simpáticos, e conversamos um pouco sobre o caminho. Falamos sobre as diferenças de fazer no verão (foi quando eles o fizeram), e eles me deram algumas dicas: ficar no albergue Meeting Point em Hornillos, ficar na Casa do Peregrino em Santiago e ir até Finisterre, depois que chegar em Santiago. Pra quem não sabe, Finisterre é o destino de uma continuação do caminho, até a ponta mais ocidental da Espanha, onde se vê o mar. Acreditava-se antigamente que era o fim do mundo, o fim da terra, por isso o nome. Existe um ritual que o peregrino tem que queimar suas roupas e tomar um banho de mar, terminando seu Caminho, morrendo em sua mini vida e renascendo. Estava em meus planos conhecer Finisterre se desse tempo, mas eu iria de ônibus, pois a caminhada de Santiago até Finisterre é de 3 dias. Mas obviamente não estava em meus planos queimar minhas roupas e nem tomar banho no mar gelado.
            A caminhada deste dia foi um pouco dura por conta do frio intenso, mas em termos de distância, foi mais curta. Entre Burgos e Hornillos, o caminho passa pelas cidades Villabilla, Tardajos e Rabé de Las Calzadas, mas em um dessas três eu não passei (não lembro qual), porque existiam obras em andamento e o caminho foi desviado em um trecho.









Cara de: estou morrendo de frio.

Agora um sorrisinho pra melhorar...













Igreja ao lado do Albergue.

            Cheguei bem cedo em Hornillos. O Meeting Point não estava aberto, fiquei no albergue municipal. A cidade não tinha restaurante nem mercado abertos. O albergue vendia algumas coisas, para os peregrinos cozinharem. Tomei banho, finalmente fiz a bruschetta genérica que eu estava querendo fazer há alguns dias, e como não tinha mais nada pra fazer, fui tirar uma soneca.

Bruschetta genérica

            Acordei e filei a janta dos coreanos. Jean tinha algumas músicas brasileiras no celular, e colocou pra tocar. Uma delas foi “Mas Que Nada”, do Jorge Ben. Eu cantava, e Jappie tentava acompanhar. MUITO engraçado. Na parte “oba, oba, oba”, Jung deu uma zuada, fazendo referência ao sucesso coreano “Oppa Gangnam Style”. Jung havia explicado alguns dias antes sobre o termo Oppa, e pelo pouco que eu entendi, queria dizer que era um cara “fodão”. Ele disse que era muito bom quando uma mulher chamava um cara de Oppa. Dei uma pesquisada na Internet pra ver se entendi direito o que Jung explicou, e li que Oppa quer dizer “cara mais velho”. Enfim.

Turma sensacional!

            A galera já havia falado há alguns dias que eu tinha que dar umas aulas de samba pra todo mundo, hahaha. Aproveitei o momento com as músicas, e chamei Lee, pra ensiná-lo o samba no pé (até parece que eu domino isso...). Tive que escolher Lee, né? Ele é o mais figura e mais engraçado. Confiram no vídeo a aula de samba no pé. Foi muito divertido!!


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