A calefação
do albergue estava tão potente, que dormi de bermuda e camiseta, sem me cobrir
com nada e ainda morri de calor. Por conta disso, custei a pegar no sono.
Este dia
oferece duas opções para os peregrinos: ir pelo trajeto normal, ou ir por
Samos, onde tem um monastério aberto para visitação. Como no Brasil eu já tinha
lido a respeito do monastério, e dos visuais bonitos dos bosques por onde se
passa, decidi ir por Samos. O galego que conheci no início do caminho também me
falou bem de lá, e contou suas histórias de quando estudou no monastério.
O dia
estava nublado e bem frio, e eu não senti as dores no pé. Vai entender, né?
Passei por regiões extremamente rurais, com pueblos pequeníssimos, sem
identificação dos nomes, e alguns abandonados e em ruínas. Encontrei muitos
cachorros grandes e soltos, e fiquei com medo. Xeli comentou o mesmo.
O
monastério é muito bonito, mas eu sempre espero mais quando as pessoas falam
bem demais de algo. Quando cheguei, entrei numa recepção e não tinha ninguém.
Saí e avistei uma porta, cheguei a entrar numa saleta, mas também não tinha
ninguém. Quando voltei pra recepção, esperei mais um pouco e depois apareceu
uma pessoa, falando que tinha uma visita em andamento, e eu teria que esperar.
Esperei em torno de meia hora. O casal simpático de espanhóis chegou, e fizeram
a visita comigo. O grupo anterior eram Giovanna e Xeli. O monge nos fez uma
visita guiada, contando algumas curiosidades do local. Foi bem interessante.
Impressionante é saber que eles vivem lá sem calefação. Como, eu não sei.
Porque o lugar é frio, viu?
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Avistando o Monastério. |
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Monastério de Samos |
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O monge disse que não fazia idéia porque este chafariz profano estava no monastério. |
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Monge e casal simpático. |
Segui meu
caminho por trilhas lindas. Contemplei um filhote de ovelha mamando, vi um
coração no céu... Certeza de que Deus nos ama, né? ;-)
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Pueblo em ruínas. |
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Fala sério, tem algo mais lindo? |
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Abóboras |
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Estão vendo o coração no céu? |
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Neném |
Finalmente cheguei em Sarria, um
local a aproximadamente 100 km de Santiago, ou seja, o lugar de onde partem as
pessoas que fazem o mínimo necessário para ganhar a compostelana. Já haviam me
informado que a partir daquela cidade, o caminho fica bem mais cheio de gente.
Giovanna estava próxima de mim
naquele momento, vimos o albergue Credencial no início da cidade, mas ela pegou
informação com um transeunte, e ele disse que a cidade era grande, e era melhor
ficar mais pra dentro. Queríamos achar o Alma do Camino, aparentemente um
albergue mais barato. Andamos e subimos bastante, fiquei cansada. Por fim,
ficamos no Don Álvaro mesmo, meio caro (9 euros), mas já queríamos descansar. O
albergue não tem nada demais, mas a lareira e o licor esquentaram meus pés e
meu corpinho cheio de frio.
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Bora esquentar o pezinho, porque o frio está punk! |
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